Mais do que conhecida, Kataleya é uma artista muito querida entre os PALOP e foi com muito prazer que a Chocolate falou com a cantora sobre o seu mais recente single, Girinha, cujo vídeo é bastante colorido e remete para a cultura africana, celebrando os seus tecidos, a sua diversidade e o seu ritmo.
‘’Girinha é um tema em homenagem às mulheres, com uma mensagem forte. É um tema que nos remete à alegria, ao calor e à dança’’, conta-nos.
O tema conta com a parceria do angolano Dj X-trio (produção), com quem Kataleya já trabalhou no passado (na música ‘’Hoje é hoje’’) e volta a trabalhar agora por gostar imenso da sua energia.
Apesar de ter nascido no Brasil e crescido na Suíça, Kataleya é uma fã incondicional de África e de tudo o que ela tem para oferecer, daí esta espécie de homenagem à cultura africana neste vídeo, ‘’amo a vossa riqueza musical e o lado alegre e colorido do vosso visual. Os panos e padrões africanos inspiram-me bastante e não é a primeira vez que os uso nos meus trabalhos’’.
Mas Kataleya não só teve a ideia do conceito do vídeo, como também esteve envolvida em todo o processo, tendo o mesmo sido um ‘’assunto de família’’. Foi a sua mãe que costurou as roupas e o styling foi todo feito pela própria, pois ‘’tinha uma ideia bastante específica do que eu queria (…) escolhi os padrões, idealizei os cortes e experimentei a roupa de cada menina em mim para definir todos os acessórios e penteados antes da gravação. Depois atribuí os looks que tinha criado a cada uma delas. Mas confesso que fiquei bastante indecisa em relação a qual escolher para mim, porque gostei de todos!’’
Pode dizer-se que tanto o vídeo quanto a música de ‘’Girinhas’’ são uma representação fiel do espírito alegre e ‘’colorido’’ de Kataleya, uma mulher cheia de energia, luz e alegria. Daí o ‘’fundo amarelo, os padrões africanos, as frutas, a vida e as cores do vídeo’’ não serem de todo coincidência, ‘’eu queria algo vivo e colorido que conseguisse refletir o universo da música. Uma fusão entre as influências afro e tropical, que me representam bastante’’. Note-se que este é o primeiro vídeo realizado pela própria, o que é lhe particularmente entusiasmante e gratificante.
Talvez não seja coincidência o facto do seu primeiro vídeo estar relacionado com África. Já dissémos o quanto Kataleya admira o continente e provavelmente a razão também passe indirectamente pela música. É de um modo muito enternecido que ela nos diz que ‘’simplesmente apaixonei-me pela vossa cultura quando a descobri! Angola foi o primeiro país africano para o qual eu viajei e graças à minha carreira musical fui descobrindo cada vez mais os PALOP. Foram os primeiros que abriram os braços às minhas musicas e à minha arte, por isso terei sempre um carinho e uma ligação muito especial com este povo’’. Além disso, a cantora não só esteve muitas vezes em África, como também viveu em Angola por cerca de dois anos, tendo adorado a experiência.
E por falar em viagens e em África, recentemente Kataleya viu-se envolvida numa grande surpresa preparada para os passageiros de uma conhecida companhia aérea, que voavam entre Lisboa e a ilha do Sal. Ela presenteou-os com as suas músicas num pequeno show literalmente nas nuvens! ‘’Foi realmente uma experiência inesquecível e fora do comum cantar num avião a 11.000 metros de altura!!’’, dito numa exclamação que nos leva a concluir que a aventura também é uma coisa que aprecia bastante!
Além da sua forte e rica personalidade, jamais poderíamos deixar de fazer
menção à sua exótica e marcante beleza, da qual ela não só tem consciência,
como também cuida com dedicação. ‘’Sou
bastante vaidosa e gosto de estar bem mesmo se não for sair para lado nenhum.
Também tenho uma alimentação bastante saudável mas não me esforço por isso, é
mesmo uma paixão minha’’. Paixão essa que vai além do ‘’comer bem’’, porque a
artista admite que se não fosse esta grande paixão que nutre pelas artes em
geral, ‘’música, dança representação, moda, etc’’, talvez tivesse sido nutricionista,
profissão pela qual também tem muita estima.
Quanto ao seu estilo no dia-a-dia, aponta que é
bastante diferente daquele do seu lado artístico, muito menos exuberante e
chamativo. ‘’Eu não sou bem a menina extrovertida que vocês vêem em palco. Sou uma pessoa super divertida e alegre,
sempre bem disposta, mas sou mais discreta do que a minha imagem de artista
mostra’’, mas isso não a impede de viajar ‘’sempre com mala mais cheia que
o necessário’’ e é em tom jocoso que acrescenta: ‘’mas os meus pais sempre
disseram pode faltar tudo menos o passaporte e o dinheiro’’ é com muitos risos
que diz que tanto a sua música quanto o seu estilo poderiam ser perfeitamente
representados pela imagem de uma ‘’salada de frutas’’.
Essa ‘’salada de frutas’’ tem uma explicação bastante lógica, tanto para uma
coisa quanto para outra, ‘’eu amo mistura de estilos. Acho que chegamos a uma
altura onde tantas coisas já foram exploradas, que é preciso arriscar, criar
fusões para continuarmos a evoluir. Também acho que sou versátil porque eu não gosto de me limitar a uma coisa só. Eu
sou assim também na minha forma de vestir nunca fico dentro de um estilo, vou
sempre variando’’.
E a versatilidade acompanha-a até nos gostos inspirações musicais, que passam por artistas dos mais diversos géneros, ‘eu amo o Stromae pelo seu lado inovador e os seus lindos textos. Respeito muito a Beyoncé por ser uma artista bastante completa, e a Mayra Andrade pelo seu universo musical’’. É de salientar que além de ser muito fã de Stromae, Kataleya também gostaria de um dia fazer um trabalho em conjunto.
Para já, a cantora reside em Portugal, onde adora estar porque ama ‘’a mistura de cultura que existe entre África, Europa e Brasil’’. Mas na verdade, tem imensa facilidade em adaptar-se a qualquer sítio onde ‘’desfaça as malas’’, portanto o futuro está sempre em aberto.
E por falar em futuro, ‘’novas músicas para já, e mais para frente queria muito explorar a área da representação e lançar uma marca de roupa. Vamos ver!’’ Quanto a Angola, mais especificamente, conta vir ainda este ano, ‘’para matar saudades e para apresentar o meu novo trabalho’’.
Artigo publicado inicialmente na edição de Abril