O espírito da Marrocos encontra plena expressão na arte. Um país de artesãos, onde até mesmo objectos corriqueiros são feitos com uma habilidade extraordinária. Os mercados estão cheios de cobre, artigos de couro, tapetes requintados e bordados de excelente qualidade e beleza.
Em maior escala, esta inclinação artística nacional é expressa em edifícios, jardins e fontes. Devido às várias influências tribais, dinásticas e coloniais, na arquitectura marroquina encontramos expressões aparentemente opostas, de arrebatamento, ostentação e poder formidáveis. Tal como no país, o resultado é um carácter distinto e coeso, maior que a soma de suas muitas influências. Arabescos rendilhados, desenhos geométricos, vegetação estilizada e mosaicos multicolores podem cobrir estruturas inteiras ou contribuir apenas com um toque de detalhes em pedras.
Localizado na ponta noroeste do norte da África, o país estende-se por milhares de quilómetros ao longo das costas do Mediterrâneo e do Atlântico. Entre Al Hoceima, Tânger, Essaouira ou Agadir, os amantes de praias e de desportos aquáticos de todos os tipos inevitavelmente encontrarão o que fazer.
O país é dividido pela cadeia montanhosa do Atlas que se eleva a mais de 4.000 metros entre as grandes planícies do norte e o deserto ao sul. A diversidade de paisagens é tal que poderá fazer excursões muito variadas: os bosques de palma do vale do Ziz; as impressionantes gargantas de Dadès e Todgha do Sul Marroquino, os caminhadas ou passeios de mula no Atlas, com a descoberta de várias aldeias construídas em lama (mistura de terra e palha) empoleiradas na encosta da montanha.
Marrocos, um nome que evoca palácios rodeados por jardins sumptuosos, souks (também souqs ou socos – mercados ou feiras tradicionais) com uma vitalidade incrível, o cheiro de especiarias, as ruas a zumbir com transeuntes e cavalos vestidos como princesas, os dias de fantasia…Mas seria uma pena estar confinado a este cenário mais teatral e idílico.
O importante em Marrocos é o que acontece nos bastidores. Numa medina, é deixando as ruas mais largas que vamos ao encontro das pessoas, é nos em becos escuros que encontramos as mais belas portas, aquelas por trás das quais florescem os palácios mais luxuosos.
É um país temperado onde o sol é quente. Cada estação merece a sua região: pode passar o Natal em Marrakech a gozar as piscinas; fazer escapadinhas no início da Primavera de Ouarzazate, no Sul; fazer longas sestas no Verão, nas praias do Mediterrâneo à sombra das Palmeiras; e descobrir as cidades imperiais no Outono. A disponibilidade e diversidade de hotéis é abrangente o suficiente para encontrar espaço para todas as estações do ano, seja qual for a tipologia de acomodação que procura, das mais luxuosas às mais simples.
E por falar em hotéis luxuosos, não podemos deixar de mencionar aquele que é um dos dez hotéis mais visitados do mundo: o La Mamounia, em Marrakech.
Por mais de 90 anos, o La Mamounia tem sido um destino para viajantes internacionais exigentes. Localizado no coração da encantadora cidade imperial, este hotel recriou o ambiente intoxicante de um palácio oriental. Os vastos jardins estão repletos de árvores cítricas, flores de rosas aromáticas, olivais antigos e uma horta, onde se pode ver os chefs do Mamounia a preparar os ingredientes que serão preparados nos três restaurantes exclusivos do hotel. Completando a experiência régia, o serviço do La Mamounia simboliza a hospitalidade marroquina, com funcionários atenciosos e simpáticos, sempre com um sorriso caloroso.
Marrocos é uma verdadeira mistura de identidades que se traduzem num país maravilhoso e opulento, com cidades ancestrais, uma costa variada e acolhedora, montanha quente, deserto e palmeiras exuberantes. O esplendor das djellabas femininas (espécie de vestido tradicional) rivaliza com a bondade dos marroquinos no que toca ao encanto.
Uma viagem a Marrocos costuma gerar uma segunda, porque o desejo de descobri-lo intensifica-se à medida que ele é descoberto.
Como foi mencionado, a arquitetura e a cultura marroquinas são extremamente ricas. Deve admirar os zelliges (tipos de baixos-relevos de gesso),, os moucharabiehs (treliças de madeira nas janelas, escondem pessoas que espreitam para fora). Deve ver as fantasias, as corridas dos cavaleiros a galope, disparando as suas espingardas arcaicas para o céu. Precisa ouvir os sons das medinas, onde todas as actividades estão misturadas. Deve sentir o cheiro das bancas de especiarias, ou dos canteiros de rosas do sul de Marrocos. Tem de saborear uma pastilla (prato tradicional de massa folhada, recheada com carne ou marisco) debaixo de uma tenda, na companhia de anfitriões calorosos.
Este país emociona todos os sentidos, em todos os sentidos! Marrocos é um país onde é muito bom viver, em toda a plenitude da palavra: entre clima, riqueza cultural, paisagens e hospitalidade, tudo é marcante e vai levar consigo para a vida.
Ma arsalama!*
*(do árabe: ‘’vá em paz’’)
Artigo publicado inicialmente no editorial de Maio.