Mais do que uma expressão estética, a moda é um poderoso instrumento de afirmação da identidade pessoal e coletiva. Em Angola, essa realidade tem ganhado força, sobretudo entre artistas que utilizam o vestuário como reflexo da sua história, valores e ligação às raízes africanas.

A moda como manifesto cultural.
Peças com estampados africanos, tecidos tradicionais como o samakaka, missangas e turbantes não são somente tendências são símbolos de pertença, orgulho e resistência. Em palco, nas redes sociais ou em eventos públicos, muitas figuras públicas angolanas recorrem à moda como forma de se posicionarem e contarem a sua história.

Artistas que vestem identidade
Nomes como Pérola, Yola Semedo, Ary, Elizete Vasco, e Aminata Goubel destacam-se não só pela música, mas também pela forma como incorporam elementos da cultura angolana nos seus visuais. O uso de tecidos africanos, tranças tradicionais e acessórios tribais são algumas das formas que estas artistas encontram para celebrar a sua identidade.
Além das cantoras, estilistas como Rose Palhares, Soraya da Piedade e Nadir Tati têm elevado a moda angolana além-fronteiras, reforçando a estética africana com sofisticação contemporânea.
Mais do que vaidade, um discurso visual
Numa sociedade cada vez mais globalizada, afirmar a identidade através da moda é uma forma subtil, mas poderosa de resistir ao apagamento cultural. Cada peça escolhida, cada cor usada e cada acessório carregam significados que vão além do visual.
A moda angolana, portanto, é muito mais do que tendência: é narrativa, é expressão e, sobretudo, é afirmação.







Texto: Suzana André