O jeans que hoje adorna as ruas, passarelas e revistas de moda, nasceu há quase dois séculos como vestuário de resistência. A sua história começa em meados do século XIX, nos Estados Unidos, quando o alfaiate europeu Jacob W. Davis e o comerciante Levi Strauss, de origem alemã, reforçaram os bolsos das calças de brim com rebites de metal para suportar o desgaste diário dos mineiros da Califórnia. Assim, em 1873, nasceu a primeira “blue-jeans”.

Do oeste selvagem ao mundo industrial
* Final do século XIX: as calças Levi’s ganham popularidade entre trabalhadores de ferrovias, fazendas e, mais tarde, operários das fábricas.
* Anos 1930–1940: com o cinema retratando o “cowboy” e a “girl scout” em calças de ganga, o jeans começa a adquirir simbolismo de liberdade e juventude.
Renascimento nos Anos 1950–1970
A rebeldia de James Dean e Marilyn Monroe, usando jeans ajustados em “Juventude Transviada” (1955), catapultou o tecido ao status de ícone contracultural. Durante os anos 1960 e 1970, o movimento “hippie” e o rock ‘n’ roll adotaram cortes desfiados, efeitos tie-dye e “patches”, transformando o jeans num manifesto de identidade.

Consolidação como Peça de Alta-Costura
A partir dos anos 1980, estilistas–de Pierre Cardin a Calvin Klein–incorporaram a ganga nas suas coleções. Surgem lavagens sofisticadas, modelos skinny, boot-cut e jeans de luxo. O “denim” deixou de ser somente roupa casual e passou a dominar passarelas e capas de revistas.
Tendências Contemporâneas
Hoje, o jeans é transversal a gerações e estilos:
* Sustentabilidade: marcas exploram tecidos reciclados e técnicas de lavagem ecológicas.
* Customização: bordados, rasgões estratégicos e tachas permitem que cada par conte uma história pessoal.
* Versatilidade: do streetwear ao office-wear, o jeans adapta-se a qualquer ocasião com modelagens renovadas



Texto: Suzana André