Numa discussão, o nosso impulso muitas vezes é erguer defesas em torno do ego, em vez de proteger o vínculo que nos une. Quando o foco está em “ter razão”, impedimos o diálogo genuíno e transformamos o confronto numa batalha individual. Uma relação saudável baseia-se na ideia de “nós contra o problema”, não “eu contra ti”.

Se o parceiro expresso mágoa, resistir ao impulso de justificar-se ou de apontar falhas alheias é fundamental. Validar o sentimento do outro “Percebo que te magoou” –abre espaço para a empatia e para a resolução conjunta, em vez de alimentar a competição dos egos.
A raiz dos conflitos reside na crença de que admitir um erro fragiliza a nossa posição. Na verdade, quem reconhece a própria falha demonstra coragem e compromisso com a relação. Admitir “fui eu que errei” não nos torna menos fortes: reforça a confiança mútua e facilita acordos genuínos.
Para manter o equilíbrio, procure exercitar dois gestos simples: menos ansiedade, mais presença. Concentre-se no que realmente importa–a qualidade da ligação–e abandone a necessidade de “estar sempre certo”. Só assim é possível construir pontes sólidas, alicerçadas na humildade e no respeito.
Texto: Suzana André