Se aprender a distinguir a fome física da emocional, vai livrar-se dos quilos extra sem sofrimento.
Contar calorias, estar sempre a fazer dieta, seguir regras e mais regras sobre o que pode ou não comer a cada hora do dia, são hábitos que fazem parte da rotina de muitas pessoas mas, na realidade, vão contra os nossos instintos mais primitivos. A chave para chegar a um peso saudável é melhorar a relação com a comida e fazer as pazes com os alimentos.
Segundo Luís Navarro, especialista em inteligência emocional e autor do livro “Los Cuatro Hábitos de la Gente Delgada” (“Os quatro hábitos das pessoas magras”, em tradução livre), entre as boas práticas alimentares de quem não se preocupa com a balança há um comportamento que merece mais atenção. Os magros conseguem diferenciar a fome física da fome emocional.
“A fome física é uma sensação de vazio no estômago que nos diz que precisamos de combustível. Esse tipo de fome pode ser satisfeita por qualquer tipo de comida e podemos parar de comer quando o estômago está cheio o suficiente. Entretanto, o mesmo não ocorre com a fome emocional, uma vez que ela não apresenta sintomas físicos. O que estamos realmente a sentir é uma emoção (tédio, stress ou raiva) que inconscientemente nos obriga a comer para relaxar e desconectar. O que nos faz comer é a ansiedade”, explicou o psiconutricionista Itziar Digón à revista “Vogue” espanhola.
Comer apenas quando estamos fisicamente com fome é o que sugerem as americanas Evelyn Tribole e Elyse Resch, autoras do livro “Intuitve Eating” — referência na área há mais de 30 anos.
Entre os dez princípios enumerados pelas especialistas no livro estão: não fazer dietas, comer apenas quando estiver com fome, fazer as pazes com os alimentos, o facto de não existirem alimentos bons ou maus, respeitar a saciedade, descobrir a satisfação por comer, não descontar os sentimentos na comida, exercitar-se e honrar a própria saúde.
Perceba que esses princípios não falam sobre a qualidade do alimento e as quantidades que devemos ingerir por dia. Tratam mais da relação das pessoas com a comida, e não da composição do que se ingere.
Apesar de ser uma boa teoria, na prática pode ser um pouco mais complicado diferenciar a fome física da emocional. Luís Navarro dedica um capítulo inteiro do seu livro a este tema. Mas, segundo ele, um bom truque é, sempre que a vontade de comer se aproximar, perguntar-se : estou realmente com fome?
De acordo com o autor, a questão elimina o hábito de comer automaticamente. Ao fazer isso, a pessoa fica mais consciente sobre o que está a acontecer com o estômago, dá uma margem maior de tempo para descobrir se está com fome ou não e permite conectar-se com o seu corpo e perceber o que quer naquele momento.
Ao tomar consciência sobre os sinais de fome e saciedade, a alimentação intuitiva passa a fazer parte da rotina, melhora a saúde e, por consequência, ajuda na perda de peso.
Fonte: NiT
Texto: Andreia Guerreiro