Criatividade: Uma palavra mágica, associada a alguns eleitos entre os outros miseráveis humanos. Mas nada está mais afastado da verdade.
A realidade, comprovada cientificamente, é que todos os seres humanos são altamente criativos, pelo menos na infância. Depois a formatação industrial e pós-industrial e a sua influência na sociedade, da escola ao mercado de trabalho, tratam de removê-la devagarinho da maioria de nós.
Felizmente, a ciência e a experiência, ensinam-nos alguns processos que podem devolver-nos a todos, essa maravilhosa faculdade da nossa espécie.
A Curiosidade
Quando somos kanukos, todos passamos pela idade dos porquês. Nenhuma explicação nos satisfaz e só serve para provocar uma nova questão. Isto é a curiosidade e a curiosidade é o maior motor da criatividade. No dia em que deixamos de ser curiosos e ganhamos certezas, matamos a oportunidade de a nossa inteligência brincar com novas hipóteses e criar coisas novas.
Tolerância ao falhanço
O falhanço é altamente estigmatizado na sociedade contemporânea, mas a verdade é que sem erro não há aprendizagem, sem aprendizagem não há conhecimento e sem conhecimento não há criatividade.
Nenhum dos ícones do sucesso que idolatramos, chegou onde chegou sem gigantescos tropeções, humilhações e uma quantidade de erros capaz de envergonhar o vocabulário do treinador Jorge Jesus.
Tolerem-no, aprendam que se aprende com os falhanços e vão ver que a resiliência que aplicam no processo, vos leva a uma abertura da vossa criatividade como nunca a experienciaram.
Sensibilidade
Uma definição possível de Criatividade (está na wikipedia) é esta: É o processo através do qual um indivíduo, tornando-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento ou desarmonias, origina algo único e original, que é reconhecido como novo e como tendo algum tipo de valor.
Se aceitarmos que tudo o que existe está bem, não sendo sensíveis a todas as imperfeições que na realidade existem, deixamos a nossa inteligência insensível à tentativa de tentar criar soluções.
O convívio com pessoas mais em contacto com a sua criatividade
Não existe nada que estimule mais a criatividade que partilhar momentos, profissionais ou de lazer, com pessoas ‘mais’ criativas que nós. A criatividade é altamente contagiosa, por isso, se quer ser mais criativa, dê-se com pessoas mais criativas.
Não nos levarmos demasiado a sério
Como mencionámos no início, as crianças são todas criativas, ora, de uma forma simples, o que diferencia uma criança de um adulto? Deixamos de brincar e de ser naturalmente parvos e passamos a considerarmo-nos os supra-sumos de qualquer coisa.
A criatividade, como Albert Einstein a definia, é a inteligência a brincar. Se ela se considera demasiado séria, não brinca. Simples.
Experimentem e vão ver que há um pequeno génio em todas vocês.
Texto: João Geada.