O narcisismo é frequentemente usado com leviandade nas redes sociais, mas, na realidade, trata-se de um fenómeno psicológico complexo. A ciência reconhece duas formas distintas: o narcisismo grandioso, marcado por traços dominantes e agressivos, e o narcisismo vulnerável, caracterizado por insegurança, hipersensibilidade à crítica e baixa autoestima.

Investigadores liderados por Megan Willis, da Universidade Católica Australiana, reuniram dados de mais de 10 mil pessoas para entender melhor a origem desses comportamentos. A conclusão? Existe uma forte relação entre o narcisismo vulnerável e estilos de apego inseguros, especialmente os tipos preocupado e medroso.
A teoria do apego defende que as experiências na infância moldam como nos relacionamos na vida adulta. Quando há negligência ou abuso na infância, o impacto emocional pode resultar em padrões relacionais instáveis e, em alguns casos, em traços narcisistas.

Esse novo entendimento não só aprofunda como percebemos o narcisismo, como também sugere caminhos para uma abordagem mais empática e terapêutica do tema. Afinal, por trás da fachada de autoconfiança extrema, pode estar alguém profundamente inseguro tentando se proteger.

Texto: Suzana André