Conhecidos como “povo do mar” os Bajau são uma das comunidades com a relação mais profunda com o oceano. Entre Filipinas, Malásia e Indonésia, muitos viveram durante séculos em casas flutuantes, viajando conforme as marés, enquanto outros criaram vilas em palafitas, onde a linha entre terra e água praticamente desaparece.

O fascínio sobre esse povo vai além do estilo de vida. Estudos científicos mostram que os Bajau desenvolveram adaptações físicas ao mergulho livre, como baços maiores, que armazenam mais oxigénio e permitem longos períodos submersos — uma habilidade rara entre populações humanas.
Mas, apesar da sua riqueza cultural, os Bajau enfrentam grandes desafios. A imposição de fronteiras marítimas, políticas de imigração restritivas e a destruição de aldeias sobre a água, especialmente na Malásia, ameaçam um modo de vida passado de geração em geração.
Hoje, a existência dos Bajau deixa de ser apenas curiosidade antropológica e torna-se uma batalha por direitos humanos e preservação cultural, num mundo que insiste em limitar aquilo que eles sempre viveram sem fronteiras: o mar.
