Miraldya, uma das vozes mais promissoras da música angolana, traz de volta à cena musical um dos géneros mais representativos de Angola: a kizomba. Com o lançamento do seu mais recente single “De Volta ao Amor”, ela faz uma declaração clara do seu retorno aos palcos, não somente na kizomba, mas também na música em geral. A cantora e compositora angolana revelou à revista Chocolate Lifestyle, como este projeto representa uma reconexão com as suas raízes culturais, tudo enquanto aposta na inovação e evolução no estilo musical que a projetou.
“De Volta ao Amor marca o meu retorno aos palcos, não só na Kizomba, como na música em geral. Adoro viajar em vários estilos e cada vez mais explorar novas sonoridades. Fazer “De Volta ao Amor” foi uma forma de mostrar ao público que a vossa filha está aqui’”, confessa Miraldya, ressaltando a importância de relembrar o que a kizomba representa para ela, mas com uma abordagem que se mantém fiel à sua identidade artística.

A música não é somente uma celebração da kizomba, mas também uma poderosa mensagem de esperança no amor, algo que se faz cada vez mais raro nos tempos modernos. “Com esta nova canção, eu pretendo passar a mensagem do amor, dar uma segunda chance a ele”, revela Miraldya, enfatizando a importância de se entregar novamente ao amor, mesmo diante das decepções que muitos de nós enfrentamos.
A cantora, que começou a sua jornada musical em casa, numa família profundamente ligada à Igreja Metodista Unida, não é novidade no cenário musical angolano. Desde os 15 anos, ela compunha as suas primeiras músicas e, em 2018, lançou o seu primeiro EP, Champanhe, com destaque para a música “Vá Ser Feliz”. A mudança para Londres, em 2020, foi uma etapa de amadurecimento profissional, e durante a sua estadia na cidade, teve a oportunidade de integrar o projeto Sentada Musical, uma banda composta por artistas de diferentes origens, onde aprendeu ainda mais sobre o mercado musical internacional.
Ao contar-nos sobre a produção da sua nova música, Miraldya não economiza elogios aos colaboradores que tornaram este projeto possível. “O Neip é uma máquina produtora, ele percebeu e executou exatamente aquilo que a música pediu”, revela. Para a direção artística, teve o privilégio de trabalhar novamente com PBlacK, com quem já tinha colaborado anteriormente. “Ele consegue perceber e entrar em todas as minhas ondas malucas em termos de produção”, diz.

Miraldya, cada vez mais madura e ousada, não esconde que a evolução foi essencial para a sua carreira tomar novos rumos. “O Champanhe foi necessário para dar os meus primeiros passos, mas fazer o ‘De Volta ao Amor’ foi ainda mais gostoso. Tirar essa música do papel foi uma decisão assertiva para a minha carreira e mal posso esperar para o público conhecer mais sobre mim”, confessa.
Além de ser uma cantora talentosa, Miraldya é uma artista inquieta e em constante evolução. Ela entende que, como artista, é necessário estar sempre atenta às mudanças do mercado musical. “Londres ensinou-me que só talento não basta. É preciso disciplina, estratégia e consistência”, afirma, destacando que o seu foco permanece em criar música que seja fiel à sua essência, mas que também possa tocar as pessoas de uma forma única.
Ao lançar ‘De Volta ao Amor’, Miraldya não só reforça a sua identidade na kizomba, mas também insere uma nova narrativa dentro desse género musical tão representativo da cultura angolana. A canção promete ressoar em diversos corações, fazendo com que todos se lembrem do poder transformador do amor.

Com o seu novo EP a caminho e um futuro promissor à sua frente, Miraldya está, sem dúvida, pronta para dar ao público o que ele deseja: música de qualidade, cheia de emoção e verdade.

Por: Gracieth Issenguele