Nascido em 1998, em Luanda, Hélio Cristóvão é hoje uma das vozes mais promissoras da comunicação em Angola. Do teatro à televisão, passando pelo jornalismo digital e pela rádio, construiu um percurso versátil e consistente, marcado pela disciplina, ousadia e paixão pela arte de comunicar. Com passagens por instituições como a Companhia de Artes Horizonte Njinga Mbande, PLATINA LINE, Revista Chocolate Lifestyle e, mais recentemente, o canal ZAP Viva, o jovem comunicador mostra que o talento aliado ao trabalho árduo abre portas e gera impacto. Nesta entrevista exclusiva à Revista Chocolate Lifestyle, Hélio Cristóvão partilha a sua trajetória, os maiores desafios e as ambições para o futuro.

RC: O teatro foi a sua porta de entrada para o mundo da comunicação. De que forma essa experiência marcou a sua forma de estar na televisão?
HC: Sim, sem dúvidas. O teatro deu-me disciplina, ajudou-me a vencer a timidez e, acima de tudo, deu-me confiança. Todos esses ativos levei comigo para cada espaço onde estive.
RC: A sua passagem pelo PLATINALINE revelou a sua versatilidade. Que aprendizagens considera fundamentais desse período para a sua carreira actual?
HC: O PLATINALINE foi a minha verdadeira escola prática. Lá aprendi a lidar com pressão, a liderar, a trabalhar em equipa e a adaptar-me a diferentes tipos de pautas. Não poderia ter tido um início profissional melhor. Recomendo!
RC: Foi distinguido como Melhor Radialista de Entretenimento em 2022. O que representou para si esse reconhecimento?
HC: Foi mais uma prova de que o caminho que escolhi fazia sentido. Receber esse prémio deu-me confiança e motivação para continuar a investir na minha carreira. Claro que não era “o melhor”, mas a votação era pública e vencemos.
RC: Teve contacto com grandes personalidades internacionais em entrevistas. Qual dessas conversas mais o desafiou como repórter?

HC: Todas foram desafiadoras e encarei cada trabalho com a mesma responsabilidade. Mas houve uma em que precisei ser um pouco mais ousado: quando a IZA esteve em Angola. Lembro-me de ela estar rodeada de seguranças e com poucas chances de falar com a imprensa que a aguardava no hotel. Contra muitos impedimentos, consegui atrair a sua atenção e fui o único a fazê-la falar.
RC: O convite para coapresentar os Globos de Ouro Angola foi um marco. Como viveu essa experiência?
HC: Hahaha, foi um sonho concretizado. Estar num palco daquela dimensão, a representar uma geração de jovens comunicadores, foi emocionante. Senti um enorme sentido de responsabilidade, mas também uma gratidão imensa pela confiança depositada em mim. Já agora, obrigado ao Sarchel e à Karina Barbosa pela oportunidade.
RC: A transição para a Chocolate Lifestyle trouxe-lhe a oportunidade de liderar uma redação. Que impacto teve esse cargo na sua visão editorial?
HC: Antes já tinha liderado a redação do PLATINA LINE. O desafio de assumir a redação da Revista Chocolate foi diferente: encontrei uma equipa mais reduzida, mas com linhas editoriais muito distintas. Isso tornou a experiência desafiadora e enriquecedora.
RC: No ZAP Viva e agora no ZAP NEWS consolidou a sua presença na televisão. Qual considera ser o maior desafio de comunicar em frente às câmaras?
HC: Primo sempre pela responsabilidade, mas nunca me esqueço de que é um programa de entretenimento. O maior desafio é entreter sem perder a credibilidade.
RC: As rubricas “Conversa Exclusiva” e “Na Casa Com…?” têm um formato muito pessoal. Que critérios usa para transformar essas entrevistas em momentos únicos?
HC: O segredo está em ouvir mais do que falar. Procuro criar um ambiente confortável para que o convidado se sinta à vontade. Faço sempre uma pesquisa profunda, mas deixo espaço para a espontaneidade. Penso que tem resultado, espero (rs).
RC: Como produtor de conteúdos, quais são os principais elementos que procura para criar projectos televisivos que conquistam o público?
HC: Sou quase viciado em televisão. Assisto televisão não apenas como telespectador, mas como profissional que procura compreender o que as grandes estações internacionais fazem. Inspiro-me em formatos que já existem e adapto-os à nossa realidade. Automaticamente, tornam-se novos e impactantes aqui.
RC: Afirma-se hoje como uma das grandes promessas da televisão angolana. Que metas ainda ambiciona alcançar em breve?
HC: Modéstia à parte, considero que essa promessa já vem de alguns anos (rs). Quero continuar a crescer como comunicador e explorar novos formatos. A minha meta é desenvolver programas originais que também possam viajar para fora de Angola e mostrar o talento da nossa televisão a outros mercados.


