Nem todos os sorrisos são iguais, e há ciência por trás dessa diferença. A chave para distinguir um sorriso genuíno de um sorriso social está numa combinação curiosa entre anatomia facial, neurologia e emoção.
Segundo Michelle Spear, professora de Anatomia na Universidade de Bristol, existem dois tipos principais de sorriso: o sorriso de Duchenne, que revela felicidade autêntica, e o sorriso não-Duchenne, mais comum em contextos sociais ou estratégicos.

O chamado “sorriso de Duchenne”, nome dado em homenagem ao neurologista francês Guillaume Duchenne, activa dois grupos musculares. Um deles puxa os cantos da boca para cima, e o outro, mais revelador, contrai os músculos ao redor dos olhos, criando os famosos “pés de galinha” que associamos à emoção genuína.
Já os sorrisos falsos, ou “educados”, envolvem somente a boca. Os olhos mantêm-se estáticos, e o sorriso parece mecânico, sem profundidade emocional. Ainda assim, não são negativos; são ferramentas sociais úteis para evitar constrangimentos, manter a cordialidade e suavizar interações.

Ambos os sorrisos são controlados pelo nervo facial (nervo craniano VII), que transmite as instruções do cérebro para os músculos da face. Saber reconhecer essas diferenças pode ser útil não só em interações sociais, mas também em ambientes profissionais, onde o chamado “trabalho emocional” é constante.
Em suma, o segredo está nos olhos. Se quiser saber se um sorriso é verdadeiro, olhe para além da boca.
Texto: Suzana André