A Fundação BAI (FBAI) apresentou, nesta última quinta-feira, 12 de junho, quatro curtas-metragens na Fundação Arte e Cultura, localizada na Ilha de Luanda. As obras, inteiramente produzidas com telemóveis, são fruto do talento de jovens criadores angolanos que participaram na 4.ª edição do programa de residências artísticas da fundação, inserido no projeto “Artes nas Comunidades”.

A cerimónia de abertura contou com a presença da administradora e delegada da Fundação BAI, Tchissola Mosquito, que fez questão de sublinhar o espírito transformador do programa. “Este projeto faz parte de um programa maior, que intitulamos Arte nas Comunidades. Temos desenvolvido iniciativas em escolas públicas e espaços culturais, transformando-os em verdadeiras galerias comunitárias. O objetivo é criar oportunidades acessíveis e sustentáveis para que os jovens possam abraçar o audiovisual como profissão”, explicou.
Num país onde o cinema luta por conquistar o seu espaço, a FBAI ousou simplificar o acesso à sétima arte. A escolha do telemóvel como ferramenta principal não foi um acaso, mas sim uma estratégia pensada para democratizar o acesso à produção cinematográfica.

“Sabemos que nem todos os jovens têm acesso a equipamentos de filmagem profissionais, mas muitos possuem um telemóvel. Com as técnicas certas, podem transformar esta ferramenta comum num instrumento profissional”, destacou Tchissola Mosquito, reforçando que a fundação não pretende apenas criar projetos pontuais, mas sim gerar impacto real e duradouro nas comunidades.
Desde o lançamento do programa, em 2023, o projecto expandiu-se com sucesso, já tendo chegado a várias províncias como Cabinda, Conene e, mais recentemente, ao Instituto Geográfico e Estatístico (IGE). Neste momento, formam-se 60 jovens em bairros como o Cazenga e o Cacemba Terra Preta, criando uma verdadeira cadeia de capacitação, onde os formandos de edições anteriores agora transmitem os seus conhecimentos a novos participantes.



Texto: Gracieth Issenguele
Fotografias: Paixão Lemba