O teatro angolano, apesar dos inúmeros desafios, continua vivo graças à resistência e dedicação de artistas que se recusam a deixá-lo morrer. Recentemente, a atriz e encenadora Sofia Buco reacendeu o debate com uma crítica contundente à estagnação do setor, apontando falhas estruturais, falta de apoio institucional e desinteresse público como barreiras ao florescimento do teatro em Angola.

A crítica de Sofia Buco vem em boa hora. Há anos o teatro nacional luta por espaço e reconhecimento, mas são poucos os palcos disponíveis, e as condições de produção ainda são precárias. A escassez de financiamento, a falta de formação contínua e o fraco incentivo à profissionalização dificultam o crescimento do setor artístico.
Entretanto, mesmo nesse cenário difícil, nomes como Adelino Caracol e Enoque Caracol se destacam como verdadeiros pilares da resistência cultural. Ambos têm contribuído ativamente para manter acesa a chama do teatro angolano, seja através da formação de novos talentos, da criação de peças com forte cunho social, ou da simples persistência em fazer arte com os poucos meios disponíveis.

A obra dos Caracol é reflexo de uma dedicação incansável. Com atuações que vão além dos palcos, eles também se envolvem em projetos comunitários e educativos, mostrando que o teatro pode e deve ser uma ferramenta de transformação social. O que acha que pode ser feito para revitalizar o teatro em Angola?


Texto: Michela Silva