A Chanel dá um passo arrojado no universo editorial com o lançamento da sua primeira revista de artes de luxo, intitulada arts & culture. A publicação, que marca os 100 anos da maison francesa, surge como um tributo ao legado de Gabrielle “Coco” Chanel e à sua profunda ligação com o mundo da arte e da cultura contemporânea.
Com uma curadoria meticulosa, a primeira edição da revista destaca a prática e a vida de artistas actuais como Tracey Emin, Lu Yang e Tomás Saraceno. Inclui ainda uma entrevista com o fotógrafo Stephen Shore e uma análise sobre a presença da inteligência artificial no universo artístico, assinada pelo prestigiado curador Hans Ulrich Obrist. A capa é emblemática: um busto de Mademoiselle Chanel esculpido por Jacques Lipchitz, datado de 1921.

Segundo Yana Peel, presidente global de arte, cultura e património da Chanel, “é possível sentir o legado de Gabrielle Chanel em cada página”. A iniciativa pretende, segundo Peel, “prolongar esse legado através da mídia impressa física”, destacando o momento de redescoberta das revistas independentes e o crescimento do interesse pelas livrarias de autor.
A revista também apresenta uma reportagem exclusiva com a atriz Tilda Swinton e o arquiteto Peter Marino, além de um ensaio profundo da historiadora da arte RoseLee Goldberg sobre a ligação de Chanel com a vanguarda artística. Há ainda um ensaio visual de Roe Ethridge com objetos pessoais da estilista, incluindo joias e cartas manuscritas de Jean Cocteau.

Distribuída em somente 20 livrarias independentes em cidades como Paris, Londres, Nova Iorque e São Paulo — esta última representada pela Livraria Megafauna, no Edifício Copan —, a revista arts & culture da Chanel posiciona-se como uma publicação de coleção, reafirmando o compromisso da marca com o pensamento criativo, a elegância e a cultura.
Este lançamento acontece num momento em que o luxo se reinventa para dialogar com uma nova geração de consumidores, mais atentos ao conteúdo, à autenticidade e ao impacto cultural das grandes marcas. A Chanel, uma vez mais, antecipa o tempo e transforma-se em veículo de inspiração.

Texto: Gracieth Issenguele