A conceituada criadora angolana Rose Palhares, apresentou na última sexta-feira em Luanda, a sua nova coleção “SOLO by Rose Palhares” com influências egípcias (africanas), no primeiro desfile a solo da estilista.
Inspirada pelo empoderamento feminino, identidade, responsabilidade social e sustentabilidade, a designer celebra a “terra” que a viu nascer com uma coleçcão feita para mulheres “reais”.
O “espetáculo” de moda aconteceu sob o olhar atento de algumas figuras públicas angolanas, entre elas a Ex-primeira Dama da República, Ana Paula dos Santos e a top model Maria Borges.
Plissados, sedas, linhos, cordas, entre outros materiais, deram o mote a uma colecção literalmente “com os pés na terra”. Terra essa que nos envolve. Feita de ciclos: começos, fins, vida, morte, onde África, o berço da humanidade, é exaltada em peças que vão dos tons terra (verdes, amarelos, beges) aos azuis, branco e preto.
“O objetivo deste meu primeiro desfile a solo, que representa a entrada num novo ciclo da minha carreira, foi mostrar o lado africano das peças” disse Rose Palhares. “Com os tops feitos em cordas, fiz o paralelismo com as tranças (os nossos cabelos), realçando a beleza da mulher africana. Quanto aos estampados apresentados, foi tudo feito por nós. Desenhos, linhas, recortes, sobreposições. Um verdadeiro trabalho artesanal de que muito me orgulho”, concluiu.
Independentemente dos corpos, tamanho ou altura, “SOLO by Rose Palhares” é feita em homenagem às mulheres reais. Mulheres que têm várias funções na sociedade e que ganham uma “voz” cada vez mais activa na liderança e na emancipação feminina.
A cenografia, ficou a cargo do conhecido artista plástico angolano, Binelde Hyrcan. Uma fusão que resultou num verdadeiro espetáculo interactivo, onde filme, música, colecção e ambiente, reforçaram a mensagem subjacente da identidade angolana e o encontro do ser humano com o seu bem maior: a terra, as raízes e a natureza. “A terra vermelha, as árvores despidas de folhas, num ambiente mais underground e industrial, representam a destruição e o caos. Após o caos, vem o novo, a transformação e a beleza, oferecendo uma experiência sensorial à extraordinária plateia de convidados”, referiu o artista plástico.
A produção do evento foi feita com a preocupação de responsabilidade social, enquadrando a comunidade da Ilha de Luanda, e envolveu dezenas de jovens locais.