A literatura angolana perdeu uma das suas vozes mais dedicadas. Faleceu esta segunda-feira, vítima de doença, o escritor AP Kituxi, pai do músico Mallaryah. A notícia foi avançada por Manuel de Victoria Pereira, amigo próximo do autor, que revelou que Kituxi havia adoecido no fim-de-semana e não resistiu.

Com mais de seis décadas de vida dedicadas a Angola, AP Kituxi destacou-se pelas suas contribuições nas áreas da Educação, Cultura e Jornalismo Cultural. Recentemente, promovia o seu mais recente livro, A Pegada Mágica, lançado em novembro do ano passado na Fundação Arte e Cultura, em Luanda. A obra, voltada para o público infantil, baseia-se na história da Rainha Ginga e leva os leitores a uma viagem mágica até às Pedras Negras de Pungo a Ndongo, na província de Malanje. O livro ganhou ainda uma adaptação para musical infantil, com a participação de estudantes da mesma fundação.

Natural de Portugal, nascido a 16 de julho de 1953, AP (António Pinto) Kituxi encontrou em Angola o seu lar, onde deixou um legado profundo na escrita e na partilha de conhecimento. Representado nas Coletâneas de Poesia Lusófona em Paris e autor do livro Gente Como Nós, da Mayamba Editora, Kituxi estava atualmente focado em projetos literários voltados à infância e juventude.
A sua partida deixa um vazio na literatura e na cultura, mas a sua “pegada mágica” permanecerá viva através das suas obras e da memória de todos os que com ele cruzaram caminhos — incluindo o filho, Mallaryah, que hoje carrega não só o talento musical, mas também a herança criativa do pai.
Texto: Gracieth Issenguele